atoba-grande

Atobá-grande

O atobá-grande é uma ave Suliforme da família Sulidae. Conhecido também como mombebo-piloto, piloto e piloto-branco. É o maior e mais pesado dos atobás.

Nome Científico

Seu nome científico significa: do (norueguês) sula = nome norueguês para este ganso-patola; e do (grego) daktulos = dedos; e ater = preto. ⇒ Ganso-patola de dedos pretos.

Características

Mede entre 75 e 86 centímetros e apresenta entre 150 e 160 centímetros de envergadura. Seu peso varia de 1200 e 2300 gramas.
As fêmeas são maiores que os machos. Ave branca com primárias, secundárias e cauda pretas, máscara preta em torno do bico e olhos, algumas manchas escuras nas costas. Bico de laranja para verde-amarelo com preto na base; olhos amarelados; pés escuros, oliváceos ou plúmbeos. Os juvenis com cabeça e partes superiores castanho-cinzentas, dorso inferior e partes inferiores brancas e colar cervical esbranquiçado. A plumagem adulta é adquirida ao longo de dois a três anos. Nascem nus, mas são completamente cobertos com penas após 35 a 40 dias. Os ninhegos, os jovens e os imaturos possuem íris de coloração cinza e pés variando de chumbo a chumbo-amarelado.

Subespécies

Alguns autores, considerando as diferenças regionais existentes nas cores de partes nuas, reconhecem mais de sete subespécies além da forma nominal, que tem como localidade típica a Ilha de Ascensão; entretanto, alguns tratamentos têm reforçado a ideia de quatro subespécies apenas. No Brasil ocorre Sula dactylatra dactylatra.

Subespécies:

  • Sula dactylatra dactylatra (Lesson, 1831).
  • Sula dactylatra bedouti (Mathews, 1913).
  • Sula dactylatra californica (Rothschild, 1915).
  • Sula dactylatra fullagari (O’brien & Davies, 1991).
  • Sula dactylatra melanops (Hartlaub, 1859).
  • Sula dactylatra personata (Gould, 1846).

Alimentação

Passa a maior parte do seu tempo no mar em busca de alimento e normalmente se alimenta durante o dia. Sua dieta consiste principalmente de peixes e lulas. É um mergulhador espetacular. Pega suas presas através de mergulho vertical a pique de alturas de até 30 m da água, mergulhando vários metros abaixo das ondas atrás dos peixes. Ao coletar alimento para a prole, geralmente tende a ficar mais perto de terra, caso contrário, caça a até 65 km da costa. Pega também peixes-voadores próximo à superfície da água.

Reprodução

Nidifica geralmente em pequenas ilhas planas, sem árvores. Seu ninho é feito em bordas de falésias ou em áreas planas que permitem a fácil decolagem, formando pequenas e médias colônias. É monogâmico e tem rituais de acasalamento intrincados; os machos atraem as fêmeas esticando o pescoço e lhes dando presentes como pequenas pedras e penas. Depois de uma caminhada lenta copulam. A cópula leva 10-20 segundos, e a fêmea começa a incubação imediatamente após a postura do primeiro ovo. A época de reprodução varia muito dependendo do local, podendo ocorrer a partir de fevereiro a agosto, de janeiro a julho e de agosto a março. Seus ninhos são buracos pequenos no chão. A fêmea coloca geralmente dois ovos. A incubação dura 43 dias, em média, e é feita pela fêmea e pelo macho. O primeiro filhote a nascer empurra o segundo para fora do ninho, por isso os pais criam somente um filho. O filhote é geralmente alimentado apenas uma ou duas vezes por dia. Ambos os pais alimentam seus filhotes, mas a fêmea geralmente traz mais comida para o ninho que o macho. Voa a partir de 109 a 151 dias, mas ambos os pais continuam a protegê-lo e alimentá-lo por um a dois meses após voar. Juvenis atingem a maturidade sexual em 3 a 5 anos.

O ciclo reprodutivo de Sula dactylatra na Ilha da Trindade se inicia em agosto e as posturas por volta das primeiras semanas de setembro, estendendo-se até novembro; os jovens abandonam os ninhos em fevereiro/março. No Atol das Rocas e no Arquipélado dos Abrolhos seu período reprodutivo se inicia no final de março e começo de abril, restando após setembro somente ovos inviáveis e jovens em estágio inicial de voo. Em Fernando de Noronha existe registro de reprodução em novembro.

Hábitos

Pelágico, vem a terra somente para a reprodução. Encontrado em todos os oceanos, preferentemente na faixa tropical. Encontrado geralmente solitário ou em pequenos grupos. É rápido para soar um alarme se surpreso ou ameaçado, mas não é agressivo, é amigável para os seres humanos. Vive de 15 a 20 anos em estado selvagem.

Voz: O macho tem um apito estridente, enquanto a fêmea tem uma chamada, “honky”. O macho se comunica durante o namoro ou quando está com medo ou assustado. Ambos os sexos são geralmente silenciosos à noite.

Distribuição Geográfica

R (Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos). Sula dactylatra, também conhecida como atobá-mascarado, possui vasta distribuição pelos oceanos tropicais e subtropicais. No Brasil existem populações no arquipélago de Abrolhos, no Atol das Rocas, Fernando de Noronha e Ilha da Trindade.

  • Ssp. dactylatra: Ilhas do Caribe e ilhas do Atlântico sul ocidental.
  • Ssp. bedouti: Sul e leste do Oceano Índico.
  • Ssp. californica: Ilhas Off, oeste do México.
  • Ssp. fullagari: Norte do Mar da Tasmânia.
  • Ssp. melanops: Noroeste do Oceano Índico e Mar Vermelho.
  • Ssp. personata: Coral Sea até a Micronésia e Polinésia, oeste e centro do Pacífico.

Status de conservação: LC (IUCN).

Referências

  • FONSECA NETO, F. P. 2004. Aves marinhas da ilha Trindade. p.119-146 in Aves marinhas

insulares brasileiras: bioecologia e conservação (Organizado por Joaquim Olinto Branco). Editora da UNIVALI, Itajaí, SC. (Disponivel em http://www.avesmarinhas.com.br/livros.html ou http://www.avesmarinhas.com.br/Capitulo%206.pdf).

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atoba-grande.txt · Última modificação: 2021/10/13 20:41 por Claudio Souza